Melhore a sua Comunicação: Terapia da Fala Online
Uma comunicação clara e eficaz pode abrir portas no ambiente profissional, fortalecer relações pessoais e aumentar a autoconfiança.
A consciência fonológica é a capacidade metalinguística que permite identificar, analisar e manipular, de forma consciente, a estrutura fonológica da linguagem oral (Sim-Sim, 1998; Freitas, 2004 e Nascimento, 2009).
Esta capacidade permite à criança, de forma voluntária, prestar atenção aos sons da fala e não ao significado da frase. Dessa forma, a criança consegue identificar que o discurso é formado por um conjunto de frases, que estas podem ser segmentadas em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em unidades mínimas – os fonemas.
Por conseguinte, a criança consegue identificar, isolar, manipular, combinar e segmentar (mentalmente e/ou oralmente) os segmentos fonológicos da língua. Por exemplo, a criança perceber que a palavra “bolo” tem duas sílabas, que a primeira é “bo” e a segunda “lo”. Se trocarmos a ordem das sílabas ficamos com “lobo”, uma nova palavra.
A criança aprende a falar imitando os seus modelos comunicacionais (pais, irmãos, avós, educadores, entre outros), de forma natural, através da interação social.
Aprender a ler e a escrever não é um processo tão natural como aprender a falar (Freitas, Alves e Costa, 2007). Por exemplo: quando o adulto dita uma frase para a criança escrever, esta necessita perceber que a frase é formada por várias palavras com espaços entre elas. Precisa reconhecer que as palavras são formadas por sílabas assim como estas são formadas pelos sons que as compõem.
Exemplo: quando a criança escreve a frase “O gato pula.”, a criança deve perceber que:
De acordo com os dados do Progress in International Reading Literacy Study (2011), o que prediz o sucesso da aprendizagem na leitura é o conhecimento que a criança tem sobre o alfabeto. Este conhecimento é fornecido através da consciência fonológica. Outros estudos reforçam a influência mútua entre o desenvolvimento da consciência fonológica e a aquisição da linguagem escrita (Lima, 2014).
Cada criança é única e com um desenvolvimento próprio. No entanto, de forma geral, entre os 3 – 4 anos as crianças começam a produzir as rimas de forma lúdica, podendo criar deturpações voluntárias e criar novas palavras (exemplo: “limão/melão” pode dizer “memão”) (Freitas, Alves e Costa, 2007).
Aos 4 anos, as crianças manifestam a capacidade de segmentar palavras compostas por duas sílabas (exemplo: “va-ca”) contudo, revelam maior dificuldade em palavras polissilábicas (exemplo: “e-le-fan-te”). Aos 5 anos, as crianças começam a desenvolver a noção de sílaba e com o aproximar dos 6 anos, as crianças conseguem manipular essas sílabas (Freitas, Alves e Costa, 2007).
A consciência fonológica é uma competência que pode ser desenvolvida de forma lúdica, em contexto formal ou informal. O objetivo das seguintes atividades é promover essa aprendizagem de forma divertida e agradável.
As seguintes atividades estão relacionadas com a noção de sílaba que forma a palavra. No sentido de facilitar essa perceção, é importante que as sílabas sejam representadas fisicamente, por exemplo, recorrendo a lápis, carrinhos, pequenas bolas de brincar ou bater palmas. Pretende-se que a cada representação física corresponda uma sílaba das palavras a treinar.
É importante que as palavras utilizadas, nas seguintes atividades, sejam objetos ou brinquedos (animais, frutas, roupas, bonecos) que a criança goste.
Nota: o objetivo é começar com palavras monossilábicas ou dissilábicas e de estrutura simples (“pé”, “bola”) e ir progredindo para palavras com mais sílabas e com estrutura mais complexa (“camisola”; “frigorífico”).
Esta atividade é muito parecida com a atividade anterior de identificação da sílaba, porém nesta atividade pede-se à criança que diga a sílaba em voz alta.
Existem inúmeras atividades de consciência fonológica, isto porque a consciência fonológica é muito mais que rimas e sílabas. O que se pretende é que através da brincadeira haja um desenvolvimento desta competência, dada a sua importância na aprendizagem da leitura e da escrita.
É crucial que a criança desenvolva a consciência fonológica e outras competências orais antes da aprendizagem da leitura e da escrita. Caso surjam alterações, é pertinente consultar um terapeuta da fala. Este profissional realizará uma rigorosa e aprofundada avaliação.
Colaboradora da Fisiolar, Mestrado em motricidade orofacial e deglutição, Pós-Graduação em Perturbações Neurológicas da Comunicação do Adulto. Pós-Graduação em Avaliação da Afasia com a BAAL e formação em “Dispraxia Verbal do Desenvolvimento”. Curso de Língua Gestual Portuguesa (Associação Portuguesa de Surdos) e Curso Europeu de Primeiros Socorros (Cruz Vermelha Portuguesa).
Uma comunicação clara e eficaz pode abrir portas no ambiente profissional, fortalecer relações pessoais e aumentar a autoconfiança.