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Terapia da Fala na adolescência – faz sentido?

Segunda-feira, 6 Fevereiro, 2023

Sim, a Terapia da Fala na adolescência faz todo o sentido. Na verdade, a Terapia da Fala faz sentido sempre que existam sinais de alerta que possam ser trabalhados, independentemente da idade. Se há dificuldade ou discrepância dentro da sua faixa etária, existe margem para evoluir. Se pensarmos numa capacidade que aprendemos em criança, conseguimos ou não melhorá-la mais tarde? Como andar de bicicleta, nadar ou aprender a tocar guitarra… A resposta é sim, sendo que o fator principal é a motivação para praticar essa capacidade e melhorar.

Muitas vezes em consulta encontro adolescentes ou jovens adultos que não se sentem confiantes com a sua comunicação, o que afeta a sua autoimagem e a relação com os outros. Normalmente sentem dificuldades em vários âmbitos de intervenção do terapeuta da fala:

  • Articulação: pela dificuldade em produzir alguns sons /r/, /L/, /s/ ou pela presença de pronúncias marcadas. As dificuldades de articulação que não foram ultrapassadas na infância podem ainda evoluir positivamente na adolescência ou até mesmo em idade adulta, caso exista motivação para a mesma.
  • Fluência: a velocidade com que falamos tem impacto na forma como os outros interpretam a nossa mensagem, tanto numa velocidade baixa (gaguez) como alta (taquifémia). Durante a adolescência é importante que quem sinta estas dificuldades tenha apoio, de modo a minimizar o impacto destas dificuldades nas suas relações sociais.
  • Voz: A voz sofre bastantes alterações, neste período principalmente nos rapazes, devido à mudança vocal para a voz adulta que é mais marcada. Nesta fase a instabilidade vocal é comum em ambos os sexos mas espera-se que seja transitória, se não existirem patologias associadas (ex: nódulos vocais, pólipos, descompensações hormonais).
  • Linguagem: As dificuldades de linguagem na adolescência para além de terem impacto nas conversas do dia-a-dia, têm muitas vezes influência no desempenho escolar, pois dificultam o desenvolvimento leitura e escrita.
  • Comunicação: As regras sociais e relacionais começam a ficar maturadas durante a adolescência, sendo fundamental que exista uma adequação da comunicação ao meio escolar, familiar e social em que estão inseridos.

Não existe uma idade mágica para iniciar ou retomar o tratamento de terapia da fala, desde que se identifique um objetivo que promova o desenvolvimento e exista motivação já é um bom timing para a intervenção. Na adolescência existe a vantagem da estrutura orofacial estar mais desenvolvida ou em processo de correção dentária, bem como maior maturidade para a integração das estratégias aprendidas.

Estes são os sinais de alerta a que deve estar atento:

  • Dificuldade em pronunciar sons específicos (ex: /L/, /s/, /r/)
  • Atrapalhar-se a falar e falar rápido
  • Gaguejar enquanto fala
  • Voz rouca ou dificuldade em falar alto
  • Discurso confuso ou difícil de entender
  • Dificuldade em responder a questões
  • Não manter o contacto ocular durante as conversações
  • Dificuldade em cumprir as regras sociais de comunicação como respeitar a sua vez de falar ou não realizar saudações e despedidas.
  • Incapacidade de compreender o uso de sarcasmo ou linguagem figurativa, como provérbios ou expressões.

Se identificar algum destes sinais no seu filho, é importante que o mesmo seja avaliado. Pode agendar um rastreio gratuito, que verifica a necessidade de uma avaliação específica em terapia da fala. Aproveite para esclarecer as suas dúvidas e conhecer a metodologia de Terapia da Fala Online, que promove a motivação dos adolescentes em todo o processo.

Conheça também as vantagens da videoconsulta de terapia da fala aqui

Referências Bibliográficas

Barnes, Abby.”Why Teenagers Receive Speech Therapy and How It Works”. https://www.expressable.com/learning-center/tips-and-resources/why-teenagers-receive-speech-therapy-and-how-it-works [Consult. 30-01-2023]

Neto, Maria – “Autoconceito dos adolescentes que frequentam Terapia da Fala”. Lisboa: Universidade Fernando Pessoa, 2013. Dissertação de mestrado.

Tatiana Filipa Lopes Freitas

Tatiana Filipa Lopes Freitas

Terapeuta da Fala da Fisiolar, licenciada pela Escola de Saúde de Alcoitão e Pós-Graduada em Motricidade Orofacial pelo Instituto Ensino Profissional Avançado e Pós-Graduado. Trabalha com adultos e crianças com perturbações em diferentes áreas de intervenção: comunicação, linguagem oral e escrita, fala, motricidade orofacial e deglutição.

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