O João é dono de uma papelaria, por ele passam diariamente muitas pessoas. Como a Maria que tem 12 anos e gosta de comprar gomas quando sai da escola ou o Rui que tem 77 anos e vai todos os dias comprar o jornal.
O João sabe que é importante deixar que a Maria termine as frases e que não deve estar à frente das gomas quando ela está a escolher. A surdez da Maria tem impacto na sua comunicação com os outros, tal como "a surdez" do João teria se ele não facilitasse a comunicação.
Quando o Rui entra na loja vai logo buscar o jornal, ele gosta de conversar sobre as notícias da capa com o João. O Rui anda sempre com um bloco para se explicar melhor, hoje desenhou uma bola de futebol e o primeiro lugar, o clube do Rui ganhou e conversaram sobre as últimas contratações que o João ia apontando nas imagens do jornal. A afasia do Rui tem impacto na sua comunicação com os outros, tal como "a afasia" do João teria se ele não facilitasse a comunicação.
O João sabe que estar mais atento à forma de comunicar com os clientes que têm perturbações da comunicação faz a diferença.
As perturbações da comunicação podem ocorrer em todas idades durante o seu desenvolvimento (ex: perturbações do espectro do autismo, paralisia cerebral, perturbações de linguagem, surdez) ou adquiridas (afasia, disartria) por algum evento (AVC, TCE, traumatismo craneoencefálico).
Quando a comunicação é um problema?
Para a comunicação ocorrer são necessárias duas pessoas, que nem sempre têm a mesma forma de comunicação. Assim, para que se torne um momento prazeroso fluente e o mais eficaz possível, é necessária a adaptação das duas pessoas. Quantas mais ferramentas cada um de nós tiver ao seu dispor para se conseguir adaptar, melhor e mais natural será esse momento.
O que posso utilizar para facilitar a comunicação (caso seja necessário)?
- Estar disponível para ouvir e observar o que nos pode dar informação sobre o outro, seja expressões faciais, gestos, postura corporal, palavras;
- Passar uma mensagem clara e simples (com recurso a gestos imagens ou palavras escritas), se notar que o parceiro de comunicação pode ter alguma dificuldade em descodificar a mensagem);
- Ter atenção à forma como falo (entoação, volume e velocidade de discurso);
- Dar tempo de resposta ao outro e incentivar que o outro se expresse de outras formas se a fala for mais difícil (por ex.: gestos, desenhos, palavra escrita);
- Facilitar a resposta do outro através de perguntas sim\não;
- Verificar que entendemos a mensagem que o parceiro transmitiu;
- Não desistir de o tentar entender;