O torcicolo congénito é uma retração unilateral do músculo esternocleidomastoideu, que se caracteriza pela posição de flexão com inclinação lateral da cabeça para o ombro homolateral e pela rotação da cervical para o lado contralateral. Em muitos casos pode verificar-se a apresentação de um nódulo fibroso no seu ventre muscular. É uma patologia que é detetada ao nascimento ou logo após o nascimento.
Incidência e Etiologia
É uma patologia relativamente comum, a sua incidência varia de 0,3% a 1,9% dos recém-nascidos, sendo que a origem do torcicolo pode ser por má posição fetal, isquémia muscular, pressão intrauterina inadequada ou causa desconhecida. A maioria dos torcicolos musculares congénitos resolve com tratamento conservador.
Tratamento
O tratamento conservador inclui protocolos de fisioterapia, que variam segundo os autores, mas que na generalidade incluem exercícios de estiramento ativos e passivos, posicionamentos, estimulação auditiva, visual e cutânea. O objetivo da intervenção em fisioterapia é diminuir as retrações musculares, resolver as limitações de movimento, promover um alongamento simétrico, aumentar a elasticidade das estruturas retraídas, ativar a musculatura envolvente, facilitar a integração dos movimentos no esquema corporal e evitar sequelas. Há casos em que pode existir indicação para tratamento cirúrgico.
Ensino aos pais
É igualmente feito pelo fisioterapeuta o ensino aos pais/cuidadores relativamente ao posicionamento e exercícios que podem ser realizados. O diagnóstico e tratamento precoce do torcicolo congénito, assim como a participação dos cuidadores em todo o processo terapêutico, é fundamental para uma reabilitação mais eficaz.