A gonartrose é uma doença degenerativa comum, em que a articulação do joelho sofre um desgaste provocando assim um quadro de dor, deformidade, rigidez articular e perda funcional. A artroplastia/prótese total de joelho é um tratamento eficaz para os casos mais avançados desta patologia, quando o tratamento conservador por si só não resultou. A técnica consiste na substituição dos componentes danificados do joelho por uma prótese. O papel da fisioterapia, quer no pré como no pós-operatório, é fundamental para o sucesso desta intervenção.
Intervenção pré-operatória
No período pré-operatório pretende-se diminuir a ansiedade do utente e incentivar a sua participação ativa em todo o processo, explicando as várias fases da recuperação e as suas limitações/restrições, identificar fatores sócio-familiares e ambientais que possam influenciar negativamente a recuperação pós-cirúrgica e em conjunto com o utente, a família e os serviços sociais, tentar minimiza-los; ensino da marcha com auxiliares, promover o fortalecimento muscular e a reeducação do aparelho extensor.
Intervenção pós-operatória
No período pós-operatório imediato (até às 72h) os objetivos passam pela prevenção de complicações tromboembólicas, controlo do edema e da dor, através da crioterapia (gelo), compressão e elevação; mobilização ativa assistida e passiva (artromotor) do membro operado e do outro, respeitando os limites de dor, para preservação das amplitudes de movimento e da força muscular. Esta mobilização estimula a regeneração das estruturas periarticulares (tendões, ligamentos), reduzindo a rigidez e favorecendo a lubrificação. O levante deve ser realizado com meia de contenção.
Intervenção no domicílio
Com a alta hospitalar o tratamento prossegue em casa, mantendo-se os objetivos de promoção da analgesia e redução do edema, aumento da mobilidade e força muscular, treino de equilíbrio, propriocepção e de transferências, acrescentado de exercícios para a realização de atividades de vida diária (AVD) como treino de marcha, com aumento progressivo da carga, subir e descer escadas. A mobilização da cicatriz é outro ponto fundamental do tratamento, de modo a evitar que a mesma limite a mobilidade da articulação.
A longo prazo deve-se aumentar o grau de dificuldade do tratamento, pretendendo-se que o paciente retorne às atividades funcionais, realizando movimentos sem dor, com uma marcha normal, independente e prolongada.