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Com três letrinhas apenas se escreve a palavra AVC

Sexta-feira, 28 Outubro, 2022

Três palavras pequenas cujo impacto pode ser devastador ou até mesmo fatal: acidente vascular cerebral, ou AVC de forma abreviada, uma palavra que atualmente quase toda a gente conhece, seja pela divulgação, seja pelo infortúnio de conhecer alguém a quem este azar bateu à porta. 

Antes de mais, o AVC é a principal causa de morte e incapacidade hoje em dia em Portugal. Em 2021, o INEM encaminhou por dia 16 doentes vítimas de AVC, tendo sido registados 10975 óbitos motivados por esta patologia no ano de 2019, representando 9,8% da mortalidade e uma taxa de 106,5 mortes de residentes por 100 mil habitantes.

Só para ilustrar, de acordo com a National Stroke Association, 15% das vítimas de AVC morrem pouco tempo após o episódio, 10% recupera quase totalmente, 25% recuperam com sequelas pouco significativas, 40% apresentam sequelas entre moderadas e muito significativas necessitando de reabilitação, 10% necessitam de reabilitação de longo prazo em unidades especializadas e a taxa de sobreviventes que têm um segundo AVC no espaço de um ano é de 14%.

De que forma pode ocorrer um AVC?

O AVC pode ocorrer de duas formas, por isquémia, ou seja, por interrupção do fluxo sanguíneo (que pode ser provocado por exemplo por um trombo ou coágulo) ou por hemorragia, e normalmente é provocado por hipertensão arterial, colesterol elevadodiabetes, obesidade, tabagismo, sendo que a prevenção do AVC faz-se através do controlo destes fatores de risco.

Contudo, as sequelas de um AVC dependem diretamente da extensão da lesão cerebral e da região afetada, o que é influenciado pelo tempo de reação após o episódio, daí a importância de se reagir prontamente de modo a controlar a isquémia/hemorragia. Como tal é fundamental conhecer os sinais e sintomas, para que se possam identificar rapidamente e os principais são a dor de cabeça de instalação súbita e muito intensa, a perda súbita de força num membro superior ou inferior, a alteração da visão com visão dupla ou perda súbita de visão num ou em ambos os olhos, a alteração súbita da fala e a assimetria súbita da face.

Em resumo o tratamento do AVC numa fase aguda visa minimizar os danos cerebrais através do controlo da hemorragia ou da dissolução do trombo e numa fase posterior a reabilitação vai procurar ultrapassar as incapacidades funcionais e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. É importante frisar que os primeiros meses após o episódio são sem dúvida aqueles em que o potencial de recuperação é mais elevado, motivo pelo qual é fundamental iniciar a reabilitação o mais rapidamente possível. 

Alexandra Lopes

Alexandra Lopes

Fisioterapeuta da Fisiolar, licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Setúbal em 2004, Mestre na especialidade de Ciências da Fisioterapia pela Faculdade de Motricidade Humana em 2009 e Master em Técnicas Osteopáticas do Aparelho Locomotor pela Escuela de Osteopatia de Madrid em 2010.

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