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O que é a Artrose? Sinais, sintomas, evolução e tratamento

Quarta-feira, 28 Junho, 2017

A Artrose, ou Osteoartrose, é um síndrome reumatológico que ocorre na degenerescência articular progressiva, caracterizada por alterações destrutivas da cartilagem articular e alterações reativas do osso de etiologia diversificada. A artrose pode ser classificada como primária ou idiopática, atingindo normalmente mais do que uma articulação, o que representa mais de 70% dos casos, ou pode ser classificada como secundária, geralmente como resultado de uma doença ou traumatismos prévios e , abrange, na maioria dos casos, apenas uma articulação.

Até aos 45 anos de idade atinge maioritariamente o sexo masculino, tornando-se prevalente na mulher após essa faixa etária. As articulações mais afetadas são, por ordem decrescente: as interfalângicas distais, a metatarso-falângica do hallux, joelho, carpometacárpica do polegar, interfalângicas proximais e anca.

A proteção insuficiente aos impactos lesiona a cartilagem articular por um lado, havendo uma menor distribuição das forças, devido à menor superfície de contacto, por outro lado provoca alterações ósseas por microfraturas ósseas de condensação, o que leva à perda de capacidade de absorção dos impactos. Estas alterações provocam o aumento do stresse cartilagíneo, ocorrendo fragmentação e fissuração cartilagíneas, provocando degenerescência articular e destruição enzimática.

Factores de Risco da Artrose

Os factores de risco da artrose são variados: factores biomecânicos como trauma, overuse e outros, tais como hereditariedade, obesidade, hipermobilidade, osteoporose, tabagismo, doenças sistémicas.

Sinais da Artrose

  • Pontos dolorosos periarticulares
  • Edema marginal da articulação
  • Crepitação
  • Sinais inflamatórios moderados
  • Restrição dolorosa do movimento
  • Rigidez da articulação
  • Instabilidade ( destruição severa do osso/articulação)

Sintomas da Artrose

1. Dor

A dor relacionada com o movimento é o sintoma mais importante na artrose. Estudos longitudinais indicam grande variação da intensidade da dor ao longo do dia e da semana ( pior ao fim do dia e no final da semana ). É igualmente referida dor noturna e em repouso. A dor pode começar alguns minutos após o inicio da atividade, e manter-se durante horas após o cessar da mesma. Parece haver uma correlação positiva entre a ansiedade e a severidade da dor e a depressão.

As principais causas da dor são:

  • Fatores mecânicos locais –  as alterações e irregularidade das superfícies articulares vão colocar em stresse anómalo ligamentos, cápsula e outras estruturas periarticulares, durante o movimento  
  • Aumento da pressão intra-óssea – pode resultar na obstrução da circulação venosa o que explica a dor em repouso e noturna.
  • Sinovite – pode contribuir para a dor
  • Musculares – a disfunção muscular pode ser um dos fatores que contribuem para a dor
  • Mecanismos de dor central – Os estudos de Summer et al, apontam para um componente de dor central nos utentes em que a ansiedade e a depressão amplificam a dor. 

2. Rigidez

A sensação de rigidez no inicio do movimento ou após um período de repouso é referida na maioria dos utentes.

3. Perda de movimento

A perda de amplitude articular (ROM) é geralmente acompanhada de dor, que piora no final da amplitude disponível. O espessamento capsular, os osteófitos e as alterações da cartilagem parecem ser a causa da diminuição da ROM.

4. Sensação de instabilidade e insegurança

O sintoma não é necessariamente acompanhado de sinais evidentes de instabilidade ligamentar ou destruição articular. A fraqueza muscular e a diminuição a proprioceptividade podem contribuir para uma sensação de insegurança.

5. Limitações funcionais

A dor, a diminuição da força e das amplitudes articulares são os fatores que contribuem mais para a limitação da função. McAlindon et al sugerem que a diminuição de força do quadricipete está mais fortemente correlacionada com problemas funcionais, do que dor.

Evolução da Artrose

A evolução da artrose difere em função do utente, da articulação envolvida, sendo difícil generalizar. Na maioria dos casos a evolução demora anos, e os utentes conseguem ter uma vida ativa sem grandes problemas. A predição da evolução da doença é difícil uma vez que depende de vários fatores que a podem influenciar, tais como:

  • Idade, sexo, raça
  • Associações- obesidade, etc
  • “Overuse” da articulação
  • Diminuição da força
  • Alinhamento e estabilidade articular
  • Resposta da sinovial e do osso
  • Fatores psicológicos e sociais

Tratamento

A artrose não tem cura, ainda assim o seu tratamento visa a manutenção da qualidade de vida dos pacientes, tendo como objetivos aliviar os sintomas, minimizar a incapacidade, limitar a evolução da doença, educar e aconselhar convenientemente cada paciente, passando por:

  • Promover a economia articular
  • Nutrição adequada
  • Uso de calçado adequado
  • Termoterapia / Crioterapia / Hidroterapia
  • Correção dos desequilíbrios mio-fasciais
  • Relaxamento
  • Fortalecimento muscular
  • Incentivar a prática regular de exercícios físicos adequados a cada utente
  • Ajudas técnicas

O tratamento cirúrgico é uma opção que surge quando o paciente cumpre critérios específicos e entre as procedimentos cirúrgicos disponíveis temos por exemplo a lavagem intra-articular via artroscópica, o desbridamento, a reparação de tecidos moles e capsulares, a artrodése, a osteotomia e a artroplastia.

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Alexandra Lopes

Fisioterapeuta da Fisiolar, licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Setúbal em 2004, Mestre na especialidade de Ciências da Fisioterapia pela Faculdade de Motricidade Humana em 2009 e Master em Técnicas Osteopáticas do Aparelho Locomotor pela Escuela de Osteopatia de Madrid em 2010.

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