A importância da valorização e avaliação da dor no recém-nascido
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O período neonatal, aquele compreendido entre o nascimento e as 4 primeiras semanas de vida, é uma fase extremamente vulnerável, pois é quando o recém-nascido (RN) completa os ajustes fisiológicos necessários para a vida extra-uterina. Durante anos a percepção da dor nos RNs baseou-se de forma errada. Acreditava-se que os recém-nascidos não sentiam dor, apenas apresentavam ansiedade em situações que podiam parecer dolorosas. Em outras palavras que a dor no recém nascido, caso sentida, não era recordada ou que a dor sendo subjectiva, não poderia ser medida; que o risco da depressão respiratória, ultrapassava a importância do alívio da dor; que esforço e gastos requeridos para aliviar a dor não seriam justificados pelos resultados.
Mudança de paradigma acerca da dor no recém-nascido
Os procedimentos dolorosos podem provocar instabilidade mecânicas e fisiológicas nos RNs, como contrações diafragmáticas, movimentos expiratórios forçados, taquicardia, hipertensão arterial pela ativação simpática, as oscilações da pressão intratorácica dos RN ventilados provocam alterações da sua pressão intracraniana, do suprimento de oxigénio e do fluxo sanguíneo cerebral, podendo causar ou aumentar hemorragias intracranianas. Os efeitos cumulativos de punções venosas, aspiração endotraqueal, inserção de sondas gástricas e ventilação mecânica, entre outras, causam maior vulnerabilidade do RN.
A Fisioterapia para a dor no recém-nascido
O fisioterapeuta deve reconhecer se o RN sente dor e verificar os sinais transmitidos no comportamento que causem desconforto ou stresse e minimizar os estímulos nociceptivos. Existem escalas de avaliação da dor, como a NEONATAL PAIN SCALE, entre outras. No contexto da fisioterapia existem medidas a serem utilizadas, ambientais e comportamentais, para amenizar a dor do RN, com o objetivo de aliviar a dor, reabilitar o componente físico e psicossocial, prevenir deformidades e a imobilidade, diminuir a necessidade medicamentosa e dar orientação à família.
- Sequência de toques sistematizados/ Massagens
- Balanceio
- Colchão de água/Banho no Balde
- Contacto físico pais/RN
- Sucção não nutritiva
Fonte: Pediatria – Instituto da Criança/ Hospiatal das Clínicas – FMUSP. Ano 2009.